Há um tema no mundo dos negócios e das organizações que me apaixona: “Gestão do Conhecimento”!
Discutido com mais ênfase nas últimas décadas, o assunto é analisado por muitos especialistas, mas sem dúvida o japonês Hirotaka Takeuchi, que é PHD pela University of California – Berkeley – e professor na Harvard Business School, tem sido, desde sempre, grande estudioso e já publicou várias obras a respeito dessa matéria que considero uma das questões mais relevantes para o desempenho extraordinário das pessoas e das empresas.
A gestão do conhecimento bem estruturada e enraizada no empreendimento faz toda diferença servindo inclusive como agente promotora da inovação; da criatividade e da qualidade na solução de problemas.
Quando tratamos de fazer a gestão do conhecimento estamos na verdade cuidando de:
- Construir ambiente que permita cria-lo;
- Disseminá-lo no ambiente interno através do compartilhamento;
- Aplicar as melhores práticas e lições aprendidas;
- Reter o conhecimento e protege-lo na empresa/negócio;
- Melhorar o desempenho das pessoas e equipes de trabalho.
A gestão do conhecimento vem ganhando o interesse das empresas e de seus gestores nos dias de hoje devido ao ambiente desafiador a ser enfrentado decorrente de: a) globalização dos mercados; b) organizações cada vez mais “enxutas” em seus quadros de pessoas; c) do risco da “amnésia” organizacional – é preciso registrar e guardar o conhecimento e d) avanço extraordinário da tecnologia da informação. Desse modo não há como desprezar a questão caso a empresa vise lucro e crescimento consistentes por longo período de tempo.
Na verdade sabemos que a organização, de modo geral, é uma máquina de processamento de informações e que a criação do conhecimento no seu interior depende da habilidade em estruturar canais internos para a troca de ideias envolvendo pontos de vista opostos e a partir daí encontrar os melhores caminhos e decisões. A gestão do conhecimento bem feita adiciona valor ao negócio, tenha certeza!
Além do estabelecimento desse ambiente de troca de informação e discussão interna dos desafios e problemas, lógico, cabe instrumentalizar as pessoas com ferramentas e métodos para o encaminhamento produtivo das questões. Tem de ter começo, meio e fim!
Ainda na gestão do conhecimento cabe reconhecer a importância das pessoas, certo? Afinal não é possível criar aprendizado sem o engajamento dos indivíduos e a abertura para de fato estabelecer o surgimento de ideias criativas. Mais relevantes ainda são esses pontos na atual conjuntura em que se observa uma nova geração ávida por participação nos debates e, à busca de conhecer coisas novas.
A troca de ideias e os fóruns internos criados para que o conhecimento seja construído de modo produtivo trazem ainda dois pontos importantes: a) permite às pessoas mais experientes e a caminho da aposentadoria, por exemplo, em repassar aos mais jovens o conhecimento adquirido e b) acelera o aprendizado das pessoas recém-contratadas.
É válido destacar, por outro lado, que as pessoas da organização que possui método para a gestão do conhecimento, acabam por serem estimuladas à curiosidade, a reconhecerem que não se sabe tudo – há limite do saber – , podem e devem pedir ajuda e acabam por compartilhar problemas.
Dentro do contexto da gestão do conhecimento cabe também aos líderes, e “empurrados” pela área de Recursos Humanos, em avaliar seus liderados de modo a assegurar que as pessoas certas estejam nas posições/funções certas e ainda identificando “gaps” ou lacunas de conhecimento que necessitem de reforço via treinamento e/ou exposição a situações que exijam troca de ideias e experiências.
Não há espaço, em uma empresa com gestão do conhecimento adequada, para a guarda do aprendizado na “gaveta” do funcionário ou da funcionária. Isso não é mais permitido sob pena de fragilizar demasiadamente o futuro dos negócios caso ocorra perda de algum talento humano. Para tanto é necessário definir um espaço – um “repositório” como se diz na linguagem de tecnologia da informação – para registro das informações e lições aprendidas e facilitação de acesso às pessoas envolvidas na atividade e/ou área do trabalho.
Esse ponto de “guarda” da informação em repositórios me faz lembrar a experiência que tive com aplicativos da “Salesforce” quando, na empresa que trabalhava, fizemos a adoção da ferramenta. Houve imensa criação de valor para o negócio a partir da atualização frequente de dados sobre clientes globais, por exemplo, que auxiliavam os profissionais em: a) conhecer os projetos existentes e em que condições comerciais e técnicas; b) entender estágio das tratativas em andamento para novos negócios; c) acompanhar desempenho de metas de vendas e lucratividade, entre outras informações.
Parafraseando os estudiosos: “Uma organização bem sucedida na era do conhecimento é aquela que exercita o aprendizado, faz o registro desse e, atua com base na melhor informação disponível; processos de trabalho sólidos e conhecimento acumulado por suas pessoas”.
Pense nisso!
P.S. Para os interessados acontece, no Brasil, nos dias 8, 9 e 10 de Novembro desse ano o 13º. Congresso de Gestão do Conhecimento promovido pela KM – Knowledge Management – Brasil.