Na década de 1990 a Escola do Exército Norte Americano criou o acrônimo VUCA – Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity – para especificar o ambiente mundial que resultou ao final da Segunda Guerra Mundial.
Essa descrição –VUCA – cabe como uma luva no universo dos empreendimentos nos dias de hoje, não é verdade?
As rápidas transformações na oferta de bens e serviços, sem prévio aviso, assim como mudanças nos hábitos e expectativas dos consumidores estão a todo tempo provocando a reinvenção no jeito de se fazer negócios, pois de outra forma não há sobrevivência!
É nesse contexto que cabe a pergunta de como um líder poderá ser bem sucedido daqui a dez anos (2026) levando em conta a volatilidade; a incerteza; a complexidade e a ambiguidade que nos rodeia. Uma coisa é certa: somente se destacarão aquelas firmas que contem em seus quadros com líderes preparados a navegar nesse ambiente.
Cabe antes de tudo listar algumas das fontes que provocam este ambiente de “VUCA” e suas tendências, tais como muitos estudiosos enxergam:
- Tecnologia: a) a consultoria de Tecnologia da Informação Gartner prevê que em pouco tempo, em média, as pessoas terão seis diferentes equipamentos conectados à Internet; b) a robotização no trabalho evolui e a interconexão provocada pela “internet das coisas” cunhou a expressão manufatura 4.0, ou seja, um novo ciclo de revolução industrial se consolida; c) na área de transporte a Toyota expressamente indica que os veículos que produzirá serão movidos a energia limpa/eletricidade; d) a análise de “megadados” – “big data” oferece informações preciosas a serem contempladas pelas empresas no desenvolvimento de novos produtos e serviços.
- Sustentabilidade: temas como ética nos negócios; a boa governança e responsabilidade social fazem parte cada vez mais constante nos modelos de negócio das organizações;
- Demografia e Globalização: embora estejamos observando alguns passos para trás com muitos países buscando proteção nos mercados internos perante o avanço das economias emergentes como grandes centros de manufatura, a globalização está consolidada exigindo inclusive habilidades para os profissionais no aprendizado de línguas e culturas de outras regiões. Já a geração Y, cunhada pelos estudiosos Norte Americanos William Strauss e Neil Howe como “millennials”, demonstra importante mudança em valores, atitudes, crenças e comportamento das pessoas, comparativamente às gerações anteriores, e assim são tidas como mais participativas e exigentes enquanto consumidoras;
- Diversidade: a renomada empresa de consultoria Booz Allen estima a entrada de mais de um bilhão de mulheres no mercado de trabalho na próxima década, e políticas de inclusão adotadas pelos governos mundo afora promoverão importante mistura de pessoas de diferentes credos, culturas e cor.
Não resta dúvida que esses pontos citados continuarão exercendo influência na sociedade, e as empresas devem coloca-los na agenda quando do desenvolvimento da estratégia para crescimento e lucratividade consistentes no próximo decêndio.
A preparação de pessoas para corresponder à discussão das oportunidades; seu planejamento e execução é questão primordial para o sucesso nessa luta incessante e paranoica no ambiente “VUCA”. Nesse sentido caberá ao gestor do negócio ou seu empreendedor, juntamente com o suporte da área de Recursos Humanos, e de seus liderados arduamente construir condições para: 1) arregimentação de talentos; 2) esforço na retenção dos mais qualificados e de maior potencial; 3) constante investimento na formação dos profissionais; e 4) assegurar que estejam motivados e engajados visando o sucesso da firma.
O líder no ano 2026 precisará reunir habilidades e conhecimento suficientes para formar grupo de seguidores capazes de executar as estratégias com total empenho, sabendo de antemão que tais seguidores valorizam: a) a transparência no relacionamento; b) ética no comportamento; c) equilíbrio entre vida pessoal e profissional; d) oportunidade de participação na discussão e apresentação de ideias; e) aconselhamento; f) reais chances de evolução na carreira e g) “feedback” honesto e frequente.
O líder de 2026 deverá ainda: a) ter visão estratégica bem aprimorada; b) promover ambiente propício à inovação; c) possuir “inteligência social” aqui entendida como intimidade com as modernas ferramentas da mídia social; e d) mente aberta para colaborar e se comunicar bem com o time das pessoas dentro da organização.
Com certeza as empresas mais evoluídas já estão cuidando de preparar o líder, ou os líderes de 2026, pois como diz o professor da ASU – Universidade do Estado do Arizona e ex- “Futurista-Chefe” da Intel Co, Brian David Johnson:
“O futuro não é um acidente; e não acontece simplesmente. O futuro é construído todos os dias através das ações das pessoas”.