Em tempos de Copa do Mundo e de finais de NBA do basquetebol nos Estados Unidos, os melhores jogadores viram a atenção das torcidas ao redor do mundo. Já os técnicos, os verdadeiros responsáveis pelo conjunto/time, nem tanto.
No caso do basquete, os dois times que disputaram as finais o Warriors, time campeão pela terceira vez nos últimos quatro anos ganha destaque Kevin Durant, e seu adversário Cavaliers é temido por ter entre seus jogadores LeBron James. Esses astros aparecem entre os dois melhores na lista top 10 e, por certo, foram importantíssimos no desempenho dos times na última temporada. Porém os técnicos não foram assim tão lembrados, certo?
No futebol algumas das seleções classificadas e prontas para a disputa na Rússia são temidas por contarem com grandes talentos: o Brasil tem Neymar Jr., a Argentina, Lionel Messi, a Alemanha, Toni Kross, e a França, Mbappé. Há, no entanto, outros jogadores tão talentosos quanto esses, como: Cristiano Ronaldo em Portugal, Suarez e Cavani no Uruguai, e Salah, jogando para o Egito.
Qual desses brilhantes e “caros” jogadores de futebol terá o privilégio e a felicidade de participar da final da Copa, ajudando levar para seu país a conquista maior?
Por mais que achemos ser possível cobrar de um único jogador a responsabilidade pelo desempenho e vitória, sabemos que o que vale no “coletivo” é justamente o coletivo, ou seja, todo o time composto, comprometido, focado e em constante aperfeiçoamento e aprendizado. Você concorda?
Se sim, a próxima questão é: a quem cabe escolher as peças (no caso os jogadores), o esquema tático, a estratégia ao longo de cada jogo, mantendo a equipe motivada ao longo da jornada? É o treinador, não é?
O grande líder do time na atividade esportiva, como no futebol e no basquetebol, é sem dúvida o técnico, que embora não participe da disputa no campo de jogo, tem a função de, com o apoio de colaboradores especializados (médicos, auxiliares técnicos, preparadores físicos…), fazer a escolha dos melhores entre os melhores, levando em conta o domínio dos fundamentos do esporte, o preparo físico e o equilíbrio mental, o comportamento e espírito de equipe e por aí vai.
Só um adendo aqui: observe que o técnico brasileiro de futebol Tite sempre ressalta a coletividade do time. É como se fosse impossível obter um resultado excepcional sem a absoluta complementariedade de cada peça/indivíduo do time de onze jogadores.
O individual é importante sim, porém o que levará ao sucesso é o time composto pelo técnico e seu perfeito ajuste. Tenha certeza! Por exemplo, qual é a chance de a seleção egípcia chegar à final do mundial na Rússia? Zero, não é? Ou seja, embora Salah seja ótimo jogador e esteja em excelente fase, ele só poderia ajudar na conquista se tivesse ao seu lado outros dez jogadores com razoável qualidade técnica e o comando de um técnico experiente com liderança bem desenvolvida. Acho que não é o caso.
Esse ambiente de competição e busca pelo sucesso também está presente no mundo empresarial, e ali o bom líder é aquele que foca seus esforços no coletivo, afinal não é possível ser bem sucedido em uma área de trabalho e/ou no empreendimento só com a ajuda do “craque”. Aliás, nem sempre se tem, entre os melhores disponíveis, aquele que faz toda a diferença.
Para um líder exercer com autoridade sua função e apoiar o time nas conquistas dentro do mundo corporativo, é recomendável:
- Ter experiência em liderança de pessoas, compreendendo-as e cuidando dela de perto para que consigam se aprimorar sempre;
- Fazer a retenção dos melhores talentos por meio da definição clara de metas e objetivos, ajudando-os no crescimento de carreira e promovendo “feedback” constante sobre desempenho e comportamento;
- Promover a integração de seus liderados, fazendo-os participar de encontros para discussão de soluções aos desafios da área/empresa, deixando abertura a opiniões e fomentando a diversidade;
- Cuidar da motivação do time promovendo o sentido de pertencimento. Aqui, segundo especialistas, para se resolver um grande problema é preciso que o(a) líder passe da ideia de ficar com todo o crédito por ter encontrado a solução sozinho para a de compartilhar o crédito e multiplicá-lo.
Ainda nesse último ponto, o pertencimento também é potencializado quando o liderado, ou a liderada, se sente parte integrante do time e, de certa forma, responsável por seu sucesso. Tomo aqui um pequeno exemplo olhando outra vez para o técnico de futebol Tite. Ele utiliza um sistema de rodízio ao nomear o capitão do time para determinado jogo. Não deixa de ser um jeito de tornar o jogador escolhido mais responsável naquela partida específica e se sentindo mais “pertencido” ao grupo.
O sucesso da área em uma empresa, e do negócio como um todo, é resultado direto do papel exercido pelos líderes em suas funções e foco que venham a dar na composição dos times de trabalho, buscando sua coesão e assegurando o comprometimento quanto à meta estabelecida.
Pense nisso!
Revisão de Texto: Virgínia De Biase Vicari