Não tem faltado notícia ruim sobre o desempenho da co nos últimos três anos, certo?
Vamos encarar essa realidade?
- A inflação (IPCA) anual (%) 2013 = 5,9%; 2014 = 6,4%; 2015 = 10,7%
- A taxa de juros SELIC em Dezembro de cada ano, imposta pelo Banco Central: 2013 = 9,9%; 2014 = 11,65% e 2015 = 14,15%;
- Taxa de venda câmbio Real/US$ em Dezembro: 2013 = R$2,3426; 2014 = R$2,6562; 2015 = R$3,0948
- PIB 2013 = +2,7%; 2014 = +0,1% e 2015 = -3,7% (e);
- Produção industrial brasileira 2013 = +1.2%; 2014 = (3.2%); e para 2015 estima-se queda de 8,0%
- A taxa de desemprego que fechou em 4,8% no mês de Dezembro de 2014 deve superar 8% no ano encerrado de 2015
- Recuperação Judicial de empresas deferidas, segundo a Serasa: 2013 = 690; 2014 = 671 e 2015 = 1044;
- Falências decretadas no ano: 2013 = 746; 2014 = 740; 2015 = 829
As boas notícias ficaram por conta: a) da safra agrícola que cresce ano a ano superando no período 2014/2015 208,5 milhões de toneladas e b) do saldo da balança comercial que reverteu resultado negativo de 2014 com um superávit se aproximou de vinte bilhões de dólares norte americanos no ano passado e c) da desvalorização da moeda nacional abrindo oportunidade para exportações enquanto diminui a competitividade do produto importado.
Então de maneira geral o desempenho recente da economia brasileira, e a dificuldade do governo federal em tomar medidas impopulares para recoloca-la nos trilhos, aumentaram o desalento e o pessimismo da maior parte do empresariado tirando o apetite para novos investimentos.
O cenário para 2016 é complicado e ameaçador indicando desempenho pífio na atividade produtiva com elevação do nível de desemprego e queda da renda daqueles que ainda tem emprego.
Os empresários, tanto de pequeno e médio porte como aqueles que fazem a gestão do grande empreendimento precisam encarar essa realidade buscando formas de manter os negócios vivos e lucrativos. Dá trabalho, mas é possível tomar proveito do ambiente hostil desenhando iniciativas que promovam de um lado a diminuição dos gastos, e de outro expanda a participação no mercado em que atua.
São várias as saídas que permitem um ajuste das finanças da empresa, enquanto outras podem fortalecer sua presença diante da concorrência:
- Definir o número ideal de pessoas na organização – empresa enxuta;
- Continuar a investir nos melhores com programas de capacitação e ainda fazendo um esforço de retenção desses talentos;
- Aprimorar os processos de trabalho redesenhando-os com o intuito de torna-los mais simples;
- Avaliar oportunidades para diminuir a carga tributária, sem ferir as exigências legais;
- Melhorar a rentabilidade dos produtos e/ou serviços vendidos ajustando preços e diminuindo custos com ganhos de produtividade;
- Estudar o portfolio de produtos e até eliminar, com coragem, aqueles que não ajudam na lucratividade do negócio;
- Estudar a expansão territorial do mercado servido, incluindo esforço de exportação;
- Controle rígido do fluxo de caixa na tentativa de mitigar necessidades de tomada de recursos – empréstimos e financiamentos – junto a Bancos;
- Controlar os níveis de estoque de modo que sejam os mínimos possíveis, porém sem perder venda;
- Motivar as pessoas para que essas apresentem desempenho superior e por isso sejam reconhecidas e recompensadas;
- Acompanhar de perto os passos da concorrência e tomar medidas para manter-se à frente dela;
- Adiar investimentos em máquinas, equipamentos, ferramentas, TI, caso os estudos indiquem retorno acima de dois anos.
A situação presente da economia brasileira e a tendência para esse ano de 2016, e talvez até para 2017, continuarão a exigir sacrifícios e trabalho duro nas empresas, mas é possível acreditar que os gestores mais preparados e corajosos manterão os negócios vivos e preparados para crescer e ganhar dinheiro.