Comércio eletrônico: muito espaço para avançar!

Há vinte anos, na empresa que trabalhava à época, deu-se intenso debate sobre o modelo de negócios da Amazon, companhia então recém-criada por Jeff Bezos para comercializar livros via internet. Afinal será que isso terá sucesso? O consumidor preferirá comprar desde o conforto de sua casa utilizando seu computador de mesa? Quanto custa servir o mercado nesse modelo e como isso se compara à loja física? Como fazer a gestão excelente no dimensionamento dos estoques e da logística de entrega? A quais segmentos da indústria o modelo seria melhor adaptado? Qual é a proposta de valor?

Essas questões têm sido respondidas ao longo do tempo e o fato real é que a Amazon hoje está consolidada, dando lucro expandiu substancialmente os produtos e serviços oferecidos ao mercado. Em 2015 o faturamento líquido do empreendimento alcançou US$107 bilhões.

Outras empresas foram pelo mesmo caminho da Amazon tornando-se grandes distribuidores de produtos e artigos para consumidores à distância, cujo acesso está cada vez mais facilitado com os equipamentos disponíveis como: lap tops, smart phones e tablets. Além disso o sistema de pagamento se modernizou e a segurança de dados hoje é bem maior. De sobra a geração atual é conectada e grande usuária de meios de comunicação que utilizam a internet. Na Ásia, mais especificamente na China, cuja população em condições de consumir é enorme a Alibaba desponta como um caso de grande sucesso e vendeu mais de US$75 bilhões no ano passado.

O comércio eletrônico – e-commerce em Inglês –  é uma realidade irreversível e em muitas regiões do planeta o crescimento anual de vendas é consistentemente acima de dois dígitos, ou seja, mais de 10%!! O vasto campo do comércio eletrônico congrega as transações empresa/empresa (B2B); empresa/consumidor (B2C) e consumidor/consumidor (C2C) e tem provocado grandes mudanças no jeito de se fazer negócios, na globalização dos mercados e no mercado de trabalho criando oportunidades antes não imaginadas. Uma revolução!

Com mais de seiscentos milhões de usuários da internet a China é o país com maior valor de vendas via “e-commerce” o qual teria superado US$650 bilhões no ano de 2015. Esse volume de negócios é quase o dobro do ocorrido nos Estados Unidos da América (US$375 bilhões), segundo dados publicados pelo site E Marketer.

No Brasil, em informações divulgadas pelo E-bit, já temos aproximadamente cinquenta e dois milhões de consumidores que se utilizam o meio eletrônico para compras e o faturamento anual em 2015 alcançou 41 bilhões de reais, ou seja, algo pouco superior a US$11 bilhões considerando taxa de câmbio média de R$3,80/us$1.00. Esse resultado nos posicionou em nono lugar no Mundo. Há, portanto grande espaço para crescimento se comparar nosso país com as potencias mundiais China, e USA.

O E-bit também divulga outros dados sobre comércio eletrônico no mercado brasileiro, e uma questão interessante é observar a segmentação. Na média, considerando o volume de pedidos os cinco setores que mais se destacaram foram:

  1. Moda e acessórios – 17%
  2. Cosméticos/cuidados pessoais/saúde – 15%
  3. Eletrodomésticos – 12%
  4. Telefonia/celulares/assinaturas de revistas e livros – 8%
  5. Informática/casa e decoração – 7%

O valor médio gasto por compra – tíquete médio – foi de R$388,00. E mais…10% das compras aconteceram  com a utilização de telefones celulares.

A importância do canal de vendas, por comércio eletrônico, no Brasil será cada vez maior. Não tenha dúvida disso e essa percepção se apoia em algumas evidências:

  1. Novas gerações aderindo, em peso, à comunicação remota;
  2. A mobilidade complicada nos grandes centros urbanos inibindo o deslocamento às lojas físicas;
  3. Segurança na transmissão de dados;
  4. A adoção de banda larga 4G e a velocidade nas navegações;
  5. O aperfeiçoamento da logística com diminuição do “custo de servir” do comerciante.

O fato de o mercado potencial ser enorme não implica em sucesso no empreendimento de comércio eletrônico. Aqui como em qualquer outro tipo de negócio é preciso estudar profundamente os segmentos de mercado, a concorrência e oferecer ao cliente/consumidor a melhor opção de compra, cujo pacote contempla:

  1. Preço;
  2. Custo de entrega. Porque não frete gratuito?;
  3. Disponibilidade de produto;
  4. Divulgação intensa do negócio;
  5. Site amigável com navegação rápida e compreensível;
  6. Cuidar do pós-venda;
  7. Rapidez na entrega.

Como costumo dizer: “o mercado está aí!”, e o comércio eletrônico vai continuar crescendo.

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