Realinhamento das Expectativas na Economia Brasileira (ano de 2015)

A nova equipe econômica tendo à frente Joaquim Levy começa a trabalhar fortemente para tentar colocar a economia de nosso país nos eixos no prazo de tempo mais curto possível. Todo sacrifício é válido desde que resulte no médio prazo em crescimento sustentável e melhor controle da inflação dos preços e ainda traga algum fôlego para a indústria. Medidas duras, mas necessárias e parece haver consenso de que não tinha outra saída. Sobre tudo a classe empresarial entendeu a elevação dos juros SELIC, o novo realismo tarifário que está por vir e algumas mudanças em impostos visando eliminar o déficit fiscal. Aliás, como todo sabemos os gestores da economia do Governo Federal no passado recente usou e abusou da Contabilidade criativa cuja artimanha os Norte Americanos  chamam de “cooking the book”!

As medidas, como já reportado pelas Autoridades, terão impacto negativo inicial tanto nos índices de inflação como também no ritmo da produção e da venda de modo geral, ou seja, vamos viver uma temporada de “estagflação”. Não dá para ser de outro jeito.

Não há dúvida de que o Governo está trilhando o caminho mais curto para colocar as finanças em ordem, ou seja, aumentando a carga tributária; eliminando ou diminuindo os benefícios sociais enfim passando a conta para a Sociedade. O que continua faltando fazer é um corte expressivo dos gastos a começar por diminuir as despesas com o funcionalismo público e, por exemplo, reduzir a máquina pública através da diminuição do número dos Ministérios e suas estruturas. Será?

O cenário econômico para 2015 ficou ainda pior do que o imaginado em Dezembro passado.  Isso se deve também a outros fatos recentes como a percepção de que enfrentaremos crise energética e problemas no abastecimento de água principalmente na Região Sudeste do país. A situação hídrica adversa inclusive teria impacto no setor agrícola. Complicado!

Os debates recentes no Fórum Econômico Mundial em Davos também trouxeram outras preocupações para a já fragilizada economia nacional com a intenção do Banco Central Europeu em socorrer países da região comprando dívida pública num total de 50 bilhões de Euros até o final de 2016. Finalmente nos Estados Unidos da América se tem como certa a volta de os títulos do Tesouro remunerarem as aplicações a juros reais. Tudo isso deve contribuir para um fortalecimento da moeda Norte Americana.

Minha “bola de cristal” indica, a partir dos pontos anteriormente citados:

  • Crescimento Zero do PIB brasileiro em 2015;
  • Crescimento negativo da produção industrial (-1,0%);
  • Inflação pelo IPCA rondando a casa dos 7%;
  • Déficit fiscal zerado até o final do ano;
  • Elevação do índice de desemprego a 6,5% sendo a região Sudeste – fortemente industrializada – a mais afetada pelo fraco mercado de trabalho;
  • Taxa Selic administrada pelo Banco Central subindo até 13,5% encerrando o ano de 2015 ao redor de 12%;
  • Taxa de câmbio oscilando fechando em Dezembro a R$2,80 U$1.00;
  • Saldo da balança comercial positivo > U$4 bilhões.

Ao gestor cabe cuidar bem dos negócios ao longo do ano sendo vigilante na estrutura organizacional (manter empresa/negócio enxuto) e também controlando os gastos de modo geral e os contratos de serviço.

Não devem ficar fora da agenda: a) a seleção criteriosa dos investimentos necessários para preparar a empresa quando o crescimento vier a partir do segundo trimestre de 2016; b) o estudo do portfolio de produtos dando maior ênfase às linhas mais lucrativas; c) a expansão onde possível das exportações; d) o monitoramento dos preços avaliando os diversos segmentos e também a concorrência; e) a busca do crescimento do volume de vendas em regiões geográficas mais promissoras; f) foco na utilização de ferramentas de gestão que alavanquem a produtividade tanto na produção como nas áreas de apoio e também nos setores administrativos.

É hora de arregaçar as mangas e executar com afinco as ações para manter a lucratividade do negócio nesse ambiente difícil de 2015.

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