Definitivamente o modelo de negócios das empresas brasileiras não dá a devida importância ao esforço na conquista de mercados fora do país. Na verdade a saída para as exportações, na maior parte das vezes, é um caminho alternativo que o empresário brasileiro tenta utilizar quando a crise de demanda se instala na economia nacional.
A lista de queixas empresariais sobre a falta de competitividade do produto brasileiro é grande e vai desde a taxa de câmbio; passa pela excessiva carga tributária; alto custo da mão de obra com todos seus encargos; infraestrutura de logística acanhada e outros fatores que geram o “custo Brasil”. Os gestores citam também a ausência de políticas públicas consistentes de apoio à exportação. Não deixam ter suas razões esses empresários, mas o fato é que pouco se faz nas companhias para encarar o desafio de exportar. E digo mais: na grande maioria das empresas o mercado no exterior não faz parte do planejamento estratégico de crescimento e lucro.
Segundo dados disponíveis no site da OECD – Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – no ano passado o Brasil com seus 225 bilhões de dólares em exportações ficou no modesto décimo oitavo lugar no Mundo. Em primeiro lugar, lógico, vem China com 2,3 trilhões de dólares; em seguida os Estados Unidos da América com 1,6 trilhões; depois Alemanha registrando 1,5 trilhões de dólares. Ficamos atrás de Rússia (498 bilhões); Bélgica (471 bi); México (397 bilhões) e Índia (322 bilhões de dólares) só para citar alguns. Esses dados mostram com clareza nosso modo de fazer negócios: “extrema dependência do mercado interno” e aí quando vem uma crise econômica como a que agora atravessamos, boa parte do empresariado começa a discutir a viabilidade de exportar.
Na exportação assim como nas vendas locais não existe lugar para improvisação se de fato uma empresa quiser jogar o jogo para ganhar! É preciso muito estudo; análise e conhecimento de mercado para de modo estruturado desenvolver um plano estratégico de atuação em outros países. Mais importante: é necessário desejo; determinação e engajamento de toda a liderança do negócio na execução da estratégia.
Sim! Temos lá nossas dificuldades internas: baixa produtividade na indústria manufatureira; burocracia excessiva; alta carga tributária; incerteza na taxa de câmbio; acanhada inovação tecnológica e ainda a barreira da língua, pois poucos dos brasileiros dominam um idioma estrangeiro.ócios
Afinal por que a exportação é importante para uma empresa?
A participação de uma companhia no mercado exterior traz muitos benefícios: a) protege o negócio das flutuações na demanda interna; b) aumenta a escala de produção ajudando a melhor absorção dos custos fixos e ainda diminui custo de compras; c) pode alongar a vida de produtos que no mercado interno possa estar no fim; d) exige constante foco na qualidade de produto e de entrega; e) desenvolve capacidade interna nas áreas de Marketing e Vendas, entre outros.
Como disse anteriormente não se deve improvisar na estratégia de alavancar as vendas ao exterior. Um plano tem de ser desenhado para que a iniciativa resulte em negócios consistentes por longo espaço de tempo. O plano deve conter: 1) estudo profundo das condições do mercado no país envolvendo preços praticados; concorrência e também as leis de comércio e cultura do lugar; 2) avaliação da infraestrutura de Distribuição e de como usualmente é servido o mercado; 3) definição, onde aplicável, dos meios de comunicação e divulgação do produto e marca; 4) análise para construção de eventuais parcerias com empresas já estabelecidas naquele mercado; 5)definição de mecanismos para prestar serviços de assistência técnica e garantia; 6) modelo financeiro robusto que mitigue flutuações da moeda (câmbio). Internamente a empresa precisa dispor de um grupo de funcionários totalmente voltado a suprir as exigências das exportações com habilidades e conhecimento para manutenção relacionamento de alto nível com as firmas no estrangeiro.
De fato precisamos em nosso país de mais empresários dispostos a atender mercados de outras regiões de modo estruturado e não tão somente quando a crise do mercado interno se instala. As exportações podem fazer enorme diferença no crescimento dos negócios e aumento da lucratividade além de trazerem enorme aprendizado para toda a organização.
Bons negócios!!