A Economia Brasileira e o excessivo pessimismo

O ritmo de más notícias sobre o desempenho da economia Brasileira continua acelerado com a divulgação recente dos dados de crescimento de primeiro trimestre – na verdade foi negativo -; manutenção da inflação anual acima de 8%; índices de desemprego em nítida curva ascendente e com alguns segmentos da indústria com vendas e produção bem abaixo das registradas no primeiro quadrimestre de 2014.

Agravando o quadro se observa intensa batalha no Congresso Nacional para aprovação das propostas de ajuste fiscal arquitetadas pelo Governo Federal, além das longas negociações causando desgaste na imagem do país e pior atrasando a implantação das medidas. Tem se noticiado também a dificuldade do próprio governo de “cortar na carne” os gastos que todos sabemos cresceram absurdamente nos últimos três anos.

Há sem dúvida desconfiança de que o superávit desejado de 1,2% sobre o PIB possa ser alcançado até porque as receitas (tributos arrecadados) refletem claramente a queda geral da atividade econômica.

À leitura desse quadro negativo somam-se depoimentos e artigos de economistas de reconhecida competência com previsões de que o ajuste da economia brasileira será longo contaminando também boa parte do ano de 2016. E os agentes econômicos e, sobretudo os empresários estão de fato desanimados. Muito desanimados!

Eu acredito que o pessimismo está em dose exagerada e já é tempo de buscarmos saídas arregaçando as mangas e indo ao trabalho sem resmungos. Vamos trabalhar!! Deixemos de nos fazermos de vítimas e de colocarmos toda culpa do mau desempenho dos negócios nos ombros do Governo ou dos políticos!!!

Aqui vão algumas recomendações aos homens (e mulheres) de negócio para sobreviverem nessa travessia de ajustes tão necessários para mais à frente – a partir de 2017 – o Brasil apresentar um ritmo de crescimento sustentado de 3% ou mesmo 3,5% ao ano:

  1. Avalie profundamente a condição do segmento de mercado em que sua empresa atua e tente construir cenários para o médio prazo. Aqui devem ser estudados: 1) o posicionamento do portfolio de produtos da empresa; 2) os passos da concorrência quanto a medidas de reorganização, lançamento ou retirada de produtos no mercado, mudanças de política de comercialização inclusive preços, apetite para investimentos; 3) as ações do Governo que podem afetar seu negócio em curto, médio e longo prazo; 4) as alternativas para alavancar negócios fora do país (exportações).
  2. Estude a estrutura organizacional identificando claramente quais talentos devem ser retidos e nos quais é preciso investir em capacitação.
  3. Olhe para o chão da fábrica – em caso de empresa industrial – e busque de modo estruturado aplicar medidas para diminuição de desperdício em materiais e do nível inadequado dos estoques.
  4. Compare a situação presente com aquela que serviu de base para o planejamento dos negócios em 2015.
  5. Construa planos de contingência robustos envolvendo toda a organização e mais importante engajando verdadeiramente as pessoas na execução. E também monitore com rigor o atingimento das metas.
  6. Cuide da motivação das pessoas, pois elas também podem estar excessivamente deprimidas ou apreensivas o que afeta a produtividade e o empenho tão necessários em horas difíceis.

O momento é difícil? Sim! A recuperação natural do ritmo dos negócios vai tomar muito tempo? Sim! Possivelmente um ano ou até mais! Agora deixemos as queixas de lado procurando saídas para mitigar os danos causados por um pessimismo exagerado e que contamina a todos.

 

 

 

 

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