A concorrência cada vez mais acirrada nas diversas indústrias e segmentos tem exigido grande esforço e foco no custo de aquisição de bens e serviços ao longo da cadeia e essas iniciativas se bem planejadas e executadas podem trazer imenso diferencial competitivo para a empresa.
Mas afinal como se compõe esse custo de aquisição? Em meu ponto de vista não é aquele registrado na nota fiscal. Esse é apenas um elemento do custo. Lamentavelmente ainda observamos em muitos empreendimentos a área responsável pelas Compras seja de material produtivo, não produtivo ou serviços mirando simplesmente o valor faturado pelo fornecedor de materiais ou de serviços! É preciso mudar essa prática e logo! De fato é preciso buscar conhecer todo o custo envolvido na aquisição observando outros fatores como: qualidade, tempo de entrega, custo interno de retrabalho, pacto comercial para futuros reajustes, condição de pagamento.
À parte do custo de aquisição existem outras questões relevantes a respeito da cadeia de fornecedores que devem ser observadas.
Segue uma lista de pontos os quais acredito devem fazer parte da agenda dos gestores:
- Avaliar o custo total do fornecimento – preço, custos internos por não qualidade/retrabalho, custo financeiro do financiamento, perda de produtividade por falha ou atraso na entrega e fretes entre outros,
- Definir e formalizar parceria comercial de longo prazo com métricas para o efetivo monitoramento do desempenho do fornecedor além da clareza em eventual cláusula de reajuste de preços futuros por inflação de custos e também por “produtividade” a ser concedida,
- Promover sessões periódicas de avaliação de desempenho bem como visitas frequentes às instalações do fornecedor para entender o “estado dos negócios”,
- Observar a saúde financeira do fornecedor e que gestão de risco faz para enfrentar situações adversas nos negócios,
- Identificar carências organizacionais ou de ferramentas de gestão que possam ser discutidas entre as partes e a partir daí estabelecer conjuntamente programas de treinamento e desenvolvimento,
- Avaliar como a empresa fornecedora se prepara para atualização relativamente à tecnologia,
- Entender as práticas adotadas pelo fornecedor nas relações trabalhistas e ambientais. Isso significa assegurar que seu parceiro comercial leva em conta o relacionamento com outras partes interessadas ou “stakeholders”.
Parece simples, mas não é. A gestão da cadeia de fornecedores que pode de fato manter a competividade dos negócios vai muito além do preço cobrado na nota fiscal.