Os nós da Logística (Supply Chain)

Sempre considerei a área de Logística/Supply Chain como uma das mais desafiadoras no Mundo dos Negócios – seja na Indústria como também no Comércio. De algum tempo a situação tem se apresentado mais complicada ainda em função do comportamento mais exigente dos consumidores/compradores; da incerteza da demanda; da concorrência acirrada e da enorme diversidade de produtos colocados para a escolha no momento da aquisição. Além desses fatos no caso Brasileiro o próprio modal de transporte à disposição das empresas e a qualidade de atendimento da cadeia de fornecedores provocam obstáculos adicionais ao bom desempenho.

Vale citar que em algumas indústrias como, por exemplo, a de alimentos e farmacêutica a validade do produto é outro componente crítico no dimensionamento dos níveis de estoque. No segmento de moda como o de calçados as coleções também provocam obsolescência do produto reduzindo seu preço de venda ou mesmo zerando a demanda por falta de interesse do potencial consumidor.

Como posicionar o negócio à frente dos concorrentes entregando o produto certo no momento adequado e ao mesmo tempo mitigando efeitos negativos como excesso de inventário; parada de linha de produção; gastos com fretes antieconômicos e custos indesejáveis causados por queda na produtividade? E mais…não perder a venda!!

Já não estamos mais no início dos anos 1900 quando Henri Ford ao idealizar a linha de montagem oferecia ao mercado o veículo Ford T em um único modelo e de cor preta. Segundo dizem o empresário teria dito que “o Cliente pode escolher qualquer cor desde que seja preta”! Seguramente a tarefa da Logística naquele caso era muito mais simples pela própria limitação de tipos e modelos de produto a serem produzidos. Hoje isso já não cabe mais, por certo.

Seguem algumas “dicas” para facilitar a tarefa da Logística do negócio ao longo da jornada diária:

  • Estudar e formalizar uma metodologia para estimar a demanda – tanto em volume como variedade de itens e levar em conta sazonalidade da venda onde aplicável;
  • Comparar a demanda real versus a estimativa tentando entender motivos para a variação aprimorando o método com uso de ferramentas estatísticas;
  • Medir, quando possível, o nível de estoques em toda a cadeia de fornecimento;
  • Estabelecer contratos formais com a cadeia de fornecedores relativamente a prazos de entrega; qualidade de produto; modal de transporte e níveis de estoque nas Plantas Industriais e/ou depósitos;
  • Definir a política de inventário levando em conta a curva A, B e C;
  • Dotar a área de Logística de um robusto programa MRP;
  • Trabalhar com o mínimo possível de estoque de produto acabado;
  • Cuidar da qualidade da informação de materiais e produtos disponíveis em estoque (acuracidade de inventário);
  • Adotar sistema de produção puxada (Kanban) e tornar a fábrica mais flexível às mudanças de programação diminuindo o tempo de preparação de máquina (set up);

Além dos pontos mencionados fica aqui uma recomendação para que os gestores reconheçam a importância de capacitar a área de Logística ou Supply Chain dando a ela o devido foco e disponibilizando recursos humanos qualificados; recursos materiais assim como ferramentas de gestão adequadas (TI).

A complexidade dos mercados e concorrência exige um trabalho diferenciado em Logística desatando seus nós!

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