Jack Welch, famoso por promover o gigantismo da General Electric, tornando-a uma empresa lucrativa e de crescimento sustentado, cunhou a expressão “Cash is King”, reforçando aquilo que todo executivo deve perseguir – ganhar dinheiro. E claro o modo como são atendidas as necessidades de recursos financeiros na organização é parte dessa equação da boa gestão do dinheiro.
Particularmente no Brasil a gestão dos recursos financeiros é ainda mais importante devido a dificuldade que as empresas tem para obter linhas de crédito alinhadas com as necessidades de curto e longo prazo. Além disso, o elevado custo do dinheiro em nosso país pode provocar verdadeira sangria do caixa do empreendimento levando-o à bancarrota.
A correta gestão do capital de giro (contas a receber; estoques; contas a pagar) pode mitigar consideravelmente a necessidade da tomada de recursos junto a Bancos enquanto os investimentos em itens do ativo fixo exigem análise profunda sobre o retorno esperado com a iniciativa versus o custo de capital. Aí sim a empresa deve definir qual a fonte de recurso mais apropriada e menos custosa. Cabe aqui lembrar também que a distribuição de resultados – seja na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio ou mesmo de remuneração dos donos do negócio – deve ser estrategicamente pensada na gestão dos recursos financeiros da companhia. Uma vez gerado o lucro pode ser reinvestido em parte ou no todo no próprio negócio valendo aqui utilizar o conceito de custo de oportunidade.
Um dos pontos que merece a atenção dos executivos refere-se ao equilíbrio quando da tomada de recursos no mercado porque afinal de contas é praticamente impossível e em alguns casos nem aconselhável que uma empresa seja autossuficiente, pois fundos são exigidos não só para cobertura das necessidades de capital de curto prazo (capital de giro) como também para os investimentos ligados à expansão dos negócios – seja ela orgânica; decorrentes da inovação e lançamento de novas linhas de produto ou através da aquisição de outras empresas.
A primeira recomendação é alinhar os prazos de financiamento do capital junto a terceiros com a aplicação dos recursos. Sabemos que na atividade comercial o que conta é o capital de giro enquanto na indústria investimentos em máquinas; equipamentos e ferramental compõe uma parte importante do ativo e devendo ser financiados por linhas de longo prazo e preferencialmente tendo como fonte os Bancos de fomento cujas condições são mais condizentes com o horizonte de geração de caixa e o risco da operação. Assim fazendo estará sendo respeitado o ciclo de operação do negócio que é outro ingrediente nessa discussão.
É claro que a fonte de recurso pode variar dependendo do tamanho e da maturidade do negócio. Algumas empresas podem atingem tamanho e estágio de maturidade suficientes para uma chamada de capital com a oferta de ações no mercado ou mesmo a captação de recursos através de debêntures. Esta é outra opção a ser avaliada levando em consideração seus respectivos custos e prazos de amortização.
Como vemos os gestores precisam cuidar da gestão dos recursos financeiros com muita habilidade a fim de suprir as necessidades de financiamento do negócio com fontes de recurso que respeitem o ciclo de operação e ao mesmo tempo mitiguem os custos para o empreendimento.