O que esperar da nova equipe que comandará os destinos da Economia Brasileira

Ano Novo à vista e novos gestores assumindo cargos no segundo mandato da Presidente Dilma Rousseff continuam provocando grande expectativa junto à classe empresarial e a todos os Brasileiros, sem dúvida.

Os primeiros nomes mencionados para capitanear as áreas ligadas à Economia parecem ter prestígio e, portanto foram bem recebidos como um passo importante no diagnóstico dos desafios; na definição de planos de mudanças e execução firme dos propósitos de construir caminhos que assegurem em algum momento no futuro crescimento sustentado da atividade econômica. Estamos precisando disso afinal lá se vão quatro anos de marasmo combinado com inflação resistente; redução significativa do superávit da balança comercial e desempenho do Tesouro aquém da meta. O pior dos Mundos, não é?

Em minha opinião a questão mais prioritária no momento é o resgate da confiança no País indicando que esse é um lugar seguro para se investir com regras do jogo razoavelmente previsíveis e no qual os Governos tem juízo na gestão do orçamento.

O restabelecimento da confiança exige além da boa imagem dos novos gestores a demonstração com clareza do que será feito para atacar os principais desafios e, sobretudo que tenham capacidade de planejar e independência para executar seus planos. É preciso trocar o voluntarismo por ações estruturadas e que tenham efeito positivo não só no curto, mas também no médio e longo prazo.

Acredito que há um consenso junto à sociedade sobre as prioridades da nova equipe econômica quanto às medidas a serem tomadas, porém a questão se resume à confiança no mercado de que o famoso tripé: inflação na meta e com tendência de queda; câmbio flutuante com pouca interferência do Banco Central e equilíbrio fiscal nortearão as iniciativas da nova equipe de gestores.

Parece fácil uma vez que existe uma mesma leitura das necessidades para colocar a economia de volta ao eixo, porém devido à deterioração e artificialismo criado nos últimos dois e três anos o desafio é muito grande, muito complicado. Além da complexidade a reconstrução do ambiente econômico levará tempo. Não há jeito de colocar a economia nos trilhos e vivenciar crescimento adequado nos próximos dezoito meses, em minha opinião.

Como muita gente eu exponho aqui minhas previsões para o ano de 2015 na Economia Brasileira: a) crescimento modesto ao redor de 1,5% no final do ano iniciando com um primeiro semestre de estagnação deslanchando no segundo; b) taxa Selic de juros acima de 12% aa para restringir o crédito via custo do dinheiro; c) inflação IPCA ainda na faixa dos 6%; d) taxa de câmbio acima de R$2,80 / U$1.00 e d) saldo da balança comercial positivo >U$4 bilhões.

Em suma depois de um início de ano difícil até porque algumas desonerações fiscais como a do IPI do setor automotivo serão abolidas e as linhas de crédito dos Bancos públicos ficarão mais restritas é possível prever melhor cenário na segunda metade do ano de 2015. É importante frisar, no entanto que o mercado precisa ter sinais claros de que a nova equipe econômica seguirá o caminho de austeridade resgatando a confiança da sociedade em geral e lógico dos empresários e investidores.

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