A disputa acirrada pela conquista de posição nos mercados continua agitando o mundo dos negócios, e exigindo das empresas busca incessante pela inovação. Inovação que as faça diferente aos olhos dos clientes e consumidores com identificação clara da proposta de valor, sem necessariamente aumentar o custo ou preço de aquisição do produto e/ou serviço.
É isso mesmo! As empresas que quiserem manter presença nos territórios conquistados e ainda ampliar a participação, ou “market share”, devem desenvolver produtos e fabricá-los com elevados padrões de excelência e produtividade. Só assim será possível sobreviver e manter a competitividade.
No Brasil continuamos “olhando para o umbigo”, reclamando de Governo e enfrentando ambiente hostil na condução dos negócios. Mais recentemente com a acelerada desvalorização da moeda local parece que muitos ficaram aliviados e até ensaiam alguns passos elegendo a exportação como uma saída para aumento dos volumes de produção e venda; até porque o mercado interno encolheu nos últimos três anos e poucos acreditam em recuperação importante até o final do ano de 2017.
O gestor brasileiro precisa sim cuidar do curto prazo e da sobrevivência, mas não é permitido deixar de olhar para o futuro levando em conta as tendências mundo afora e os impactos de longo prazo que provocarão na indústria do país e no chão de fábrica.
Entendo, basicamente, que três são as áreas mais críticas da indústria e que devem ser observadas, estudadas e inseridas na estratégia empresarial: a) processos; b) tecnologia e automação e c) pessoas.
As empresas que não tomarem atitudes nessas três frentes por certo serão excluídas do mundo dos negócios, ou seja, não terão futuro e não vai adiantar o lamento sobre ações de governo ou do nível da taxa de câmbio. É necessário enfrentar os desafios de frente e ter a curiosidade de estudar a revolução esperada na atividade industrial.
Neste sentido vale a pena compartilhar um estudo recente da conceituada empresa de consultoria KPMG o qual lista tendências que causarão intensas mudanças na manufatura:
- Automação a custo acessível inibirá a busca por produção em regiões de baixo custo que hoje ocorre por parte das economias desenvolvidas;
- Demanda por pessoas qualificadas no chão de fábrica estará em crescimento;
- Nanotecnologia;
- Modelo de negócio com oferta de produtos, mas também de serviços;
- Exigência de qualificada organização de suprimentos e engajada na cadeia de valor e utilizando processos robustos;
- Impressão 3D modificando o modelo de negócios com impactos na Engenharia e desenvolvimento de protótipos e produtos;
- Utilização eficiente dos materiais e dos recursos de energia;
- Criação de grupos de parceiros comerciais, ou “clusters”, provocando mais eficiência e inovação.
Esses são pontos muito interessantes e devem, de fato, causar impacto no ambiente fabril no médio/longo prazo.
Por fim reforço o que foi dito anteriormente sobre a necessidade de as fábricas cuidarem dos processos, das pessoas e avançarem em tecnologia e automação, afinal os avanços conquistados nas últimas décadas na área de tecnologia da informação, cada vez mais, serão transferidos ao modo de produzir e industrializar à medida que o preço da solução estiver mais acessível mitigando o investimento em bens de capital.
Em paralelo serão necessárias pessoas qualificadas para lidar com esse nível mais alto de automação e, como todos sabemos, a adoção de processos robustos inibem o erro aumentando a produtividade da indústria.