Indústria 4.0: Muitas mudanças acontecendo e outras ainda por vir. Não se descuide!

O ambiente de negócios, no mundo inteiro, tem sido impactado por mudanças e novidades contínuas vinculadas ao fenômeno que se convencionou chamar por “indústria 4.0”. E muito mais ainda está por vir.

Muitas das coisas novas que virão são inimagináveis, pois estamos verdadeiramente envoltos num turbilhão de descobertas e propostas de práticas diferentes a provocar enormes oportunidades de crescimento e aumento de produtividade.

Caberá, por certo, aos gestores das empresas exercitarem olhar inquieto, buscando aprimorar o jeito de fazer negócios, visando não só preservar a competitividade no mercado, mas também ampliá-la.

A adesão às novidades, no entanto, exige alinhamento estratégico, avaliação profunda do real valor que elas podem trazer, e sobretudo deve promover o lucro da firma.

Inúmeras empresas vêm oferecendo serviços e produtos sob o guarda-chuva da indústria 4.0. É verdade que algumas já são tradicionais no mercado de automação, por exemplo, enquanto no ramo de consultoria outras dizem poder ajudar na identificação e desmistificação do fenômeno 4.0. Já na área de adoção de novos aplicativos e recursos ligados à tecnologia da informação, também tem muita gente com soluções simples e outras mais complexas. Tudo é válido, porém é preciso cuidado, evitando entrar no modismo só porque automatizar ou utilizar um novo aplicativo possa ser taxado de “necessidade obrigatória”. Nem sempre é, esteja certo (a)!

Como se apresenta o cenário indústria 4.0 e quais são os elementos que a configura?

  • IoT – Internet das Coisas traduzido para o português, trata da conexão, antes não imaginada, de sensores e outros dispositivos, permitindo troca de dados e informações entre máquinas;
  • Robôs autônomos – o uso de robôs em linhas de produção não é coisa nova, mas agora o que se observa é a interação entre eles e com muito mais recursos e custo mais acessível;
  • Inteligência artificial: uso intensivo de algoritmos para interpretação de dados, simulação e apoio ao processo decisório;
  • Big Data & Analytics – há hoje muito mais facilidade no chão de fábrica, por exemplo, de coleta de dados em tempo real, cuja análise permite tomada de decisão imediata;
  • Integração vertical e horizontal – isto pode se dar com o uso da plataforma “blockchain”, que oferece segurança e privacidade na conexão entre empresas, departamentos e funções;
  • Novos recursos de suporte à manufatura e engenharia – aqui falamos da impressão em 3D, por exemplo, que possibilita maior velocidade na construção de protótipos de produtos e até oferta de produtos customizados (tailor made) a clientes produzidos em pequenos lotes;
  • Maior facilidade de armazenagem e troca de dados em “Nuvem” e com maior velocidade;
  • Recursos de leitura e identificação por biometria;
  • Tecnologias móveis, como “drones” – o uso desses equipamentos está cada vez mais disseminado, e substitui tarefas antes realizadas por pessoas com maior precisão e velocidade.

Um dos grandes desafios que esse ambiente de alta tecnologia e IoT traz é a segurança na transmissão de dados. É o que se convencionou chamar de cyber security, e hoje há recursos que podem ser utilizados afim de mitigar incidentes e “ataques” às redes corporativas. Isso é importante.

Outro elemento que pode complicar a inteira adoção dos aplicativos e/ou equipamentos no ambiente de indústria 4.0 é a qualidade da internet, uma vez que muitas das soluções são configuradas em “wireless”, ou seja, sem fio. De fato, no Brasil essa ainda é uma questão crítica em muitas áreas/regiões do país devido à nossa carência em infraestrutura da tecnologia da informação.

Mais uma observação: a adoção de muitas das soluções da indústria 4.0 passa a exigir mão de obra qualificada para real benefício no ambiente de trabalho. Não convêm investir em equipamento e/ou aplicativo moderno se quem for cuidar ou fazer uso deste não estiver alfabetizado e/ou treinado para tal.

Entre as novidades de que recentemente tive notícia quanto à indústria 4.0, vale destacar:

  1. Setor marítimo/naval: coleta de dados para análise de desempenho da embarcação/navio entre eles: velocidade média do serviço, consumo de combustível, avaliação de condições meteorológicas, programação de manutenção preventiva e preditiva.
  2. Transportes: uso da plataforma “blockchain” para integrar transportadora, seguradora, caminhão, carga, cliente e gestora de logística. Todos monitorando e trocando informações entre si para tomada de decisão em tempo real.
  3. Logística: telemetria e gerenciamento de frota de empilhadeiras em armazéns controlando impactos detectados por operador, controle de acesso, intensidade de uso dos equipamentos e monitoramento de baterias.
  4. Logística portuária: empresa startup brasileira desenvolveu dispositivo leve com liga de alumínio aeroespacial, comunicação sem fio e bateria de lítio para pesagem de cargas em içamento de até 300 toneladas.
  5. Controle de estoques: é possível o uso de robôs e drones em armazéns para a realização de contagem cíclica de estoques.
  6. Qualidade: aqui se trata da metrologia 4.0, onde dados colhidos de calibração em campo são transmitidos em tempo real e sem digitação.
  7. Plataformas de petróleo: a Petrobrás tem usado, com sucesso, robôs para pintura em plataformas, diminuindo em mais de 80% o tempo do serviço e eliminando a exposição humana a riscos.
  8. Campos de xisto (“shale”) nos EUA: a Exxon está usando tecnologia desenvolvida pela Microsoft para melhorar a produção e eficiência na operação e extração nos campos de xisto. Os dados colhidos em tempo real permitem avaliar a produtividade e auxiliam na tomada de decisão para alocação de recursos, leia-se mão de obra, nos campos. Os dados são transmitidos em nuvem.

Sim, há muita coisa acontecendo em relação à indústria 4.0, e mais virá. Não é permitido descuidar, porém os investimentos nessas iniciativas precisam fazer sentido quanto à estratégia dos negócios, materialização de ganhos em produtividade e adequado retorno do capital investido.

Reflita sobre isso!

Revisão de texto: Virgínia De Biase Vicari

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