A dura batalha na busca da recolocação no mercado de trabalho

Observe a evolução da taxa de desemprego em diversos países, em ordem alfabética, no intervalo do ano de 2012 a 2016. Estes dados foram colhidos no site Focus Economics:

País                                       %2012                                  %2016

África do Sul                        24,9                                     26,7

Alemanha                              6,8                                        6,1

Brasil                                      7,4                                       11,5

China                                      4,1                                         3,9

Espanha                              24,8                                       19,6

Estados Unidos                    7,9                                         4,7

França                                   9,8                                       10,0

Itália                                     10,7                                       11,7

México                                   4,4                                        3,4

Russia                                     5,5                                       5,5

Fica claro que nosso país, lamentavelmente, faz companhia para África do Sul e Itália como três das economias que registraram deterioração no quadro de desempregados no ano passado comparativamente a 2012 na lista de dez países selecionados. Sem dúvida a recessão econômica brasileira que já completou três anos afetou dramaticamente a geração de empregos. Na verdade houve profundo corte em postos de trabalho fazendo com que os desempregados, segundo o IBGE, no último relatório PNDA divulgado em Setembro indica que no mês de Agosto somem 12,6 milhões de pessoas!!

Há razões estruturais em todo o mundo para a diminuição de oportunidades de trabalho no modo convencional da carteira assinada, claro! A tecnologia da informação, a migração de boa parte da produção industrial para países de baixo custo na Ásia e Leste Europeu e novos meios de fazer negócios sem necessariamente gerar emprego inibem a criação de novos postos de trabalho. E o Brasil também se insere neste ambiente.

Temos, no entanto, nossa economia andando para trás desde meados do ano de 2014 e somente agora começa a mostrar alguma recuperação. Este assunto será tratado na próxima Newsletter do Senhor Gestão. Fique atento!

Alguns setores da economia brasileira que são promotoras na contratação de grande contingente de mão de obra, como a construção civil e a construção pesada, ainda demorarão a reagir tornando muito lenta a recuperação na oferta de empregos, no geral.

A recessão econômica ceifou empregos não só destes trabalhadores de qualificação inferior do setor de construção, mas também pessoas altamente qualificadas da indústria, comércio, instituições financeiras, de empresas nacionais grandes e de multinacionais que disputam arduamente espaço visando obter trabalho com carteira assinada. Isto é pura realidade e embora não disponha de dados recentes acredito que a recolocação média de profissional desempregado, na média, se situa ao redor de doze a dezoito meses. A confirmar.

É longo o caminho para qualquer profissional hoje conseguir boa oportunidade de trabalho e mais difícil ainda que tenha sucesso em firmar contrato nas mesmas condições de seu último posto de trabalho. Também pura realidade!

E o que prejudica, ou auxilia, na recolocação de um profissional?

Alguns fatores prejudiciais à obtenção de emprego em espaço de tempo mais curto são:

  • Desatualização do conhecimento técnico e do ramo de negócios;
  • Pouco flexibilidade para aceitar ofertas em outras regiões geográficas de onde reside;
  • Remuneração do emprego anterior excessivamente alta;
  • Idade;
  • Candidato não aceitar desafio para o “novo”, por exemplo, mudando de área/cargo ou até limitando oportunidade a tamanho de empresa e origem do capital (nacional ou estrangeira);
  • Baixo conhecimento de língua estrangeira;
  • Falta de motivação para lidar com processos longos de seleção e recrutamento;
  • Baixa autoestima decorrente de desligamento traumático do último emprego;
  • Pequena rede de relacionamento, ou até inexistente, devido a dedicação exclusiva e todo o tempo ao antigo empregador.

Todas estas características, com certeza, em menor ou maior grau podem complicar e até travar o retorno do profissional, ou da profissional, ao mercado de trabalho. E algumas delas na verdade foram construídas por ele (a) próprio (a) ao longo da carreira.

Claro pouco se pode fazer com o fator “idade”, por exemplo, e outros são de escolha pessoal – mudança para outra região – mas vários itens da lista indicam que algo deixou de acontecer ao longo da carreira do profissional que acabam, agora, a afetar sua empregabilidade.

Embora não seja receita de sucesso, três questões são fundamentais na ajuda à recolocação e, diria, devem ser adotadas até antes da perda do posto de trabalho: a) estudar sempre e buscar incessantemente mais aprendizado; b) não negar oportunidades novas para desenvolver outras habilidades na empresa em que atua; e c) construir sólida rede de relacionamento participando de associações de classe e de eventos da indústria/setor em que trabalha.

Na procura por nova oportunidade de trabalho vale também:

  • A utilização de empresas especializadas em recolocação de mão de obra;
  • Preparar inventário detalhado das conquistas obtidas ao longo da vida profissional;
  • Estar preparado emocionalmente para longos processos de entrevistas e até falta de resposta na velocidade desejada por parte dos recrutadores (bem habitual, viu!!);
  • Não se esconder! Provocar encontros com pessoas, trocar ideias avaliando oportunidades que podem não estar tão à vista de nossos olhos.

Sucesso!!

 

Revisão de texto: Virgínia De Biase Vicari,

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