2017 ficou para trás; agora é enfrentar 2018 com expectativa de vida menos difícil

Apesar de toda turbulência política e outras dificuldades causadas pelo período mais longo de recessão econômica no país o ano de 2017, ao final, registrou dados importantes fazendo crer que o pior ficou para trás.

  • Inflação: com queda acentuada comparativamente a 2016 e 2015, em boa parte devido a pouco espaço para correção de preços resultante de consumo fraco, deve ser confirmada no IPCA do IBGE como algo próximo a 2,8%. Em 2015 bateu 10,7% e em 2016 alcançou 6,3%;
  • Balança Comercial: a taxa cambial favorável (Real menos valorizado) e a busca das empresas brasileiras por venda ao exterior compensando a falta de mercado interno ajudaram a realização de superávit histórico de US$67 bilhões versus US$47,7 bilhões de 2016;
  • Taxa de câmbio: No último dia útil de Dezembro/2017 a taxa de venda R$/US$ foi de R$3,314. Com estabilidade ao longo do ano de 2017 a taxa ficou ligeiramente acima da apontada ao final de 2016 (R$3,259);
  • Índice IBOVESPA: com 76.402 pontos a valorização média das ações comercializadas na Bolsa brasileira foi de 26,8% relativamente ao índice registrado no final de dezembro/2016 (60,227);
  • Taxa de Juros: a taxa média de juros da pesquisa da Anefac para crédito PJ de curto prazo (Desconto de duplicatas, Conta Garantida e Capital de Giro), na média, em Novembro/2017 foi de 64,2% ao ano equivalente a 4,22% ao mês, contra 75,9% ao ano – 4,82% a mês em Novembro/2016;
  • Produção Agrícola: O crescimento da produção dos itens que compõe a cesta (cereais, leguminosas e oleaginosas) foi de 29,6% versus 2016, registrando o volume de 241,6 milhões de toneladas;
  • Produção Industrial: O último boletim Focus do Banco Central sinaliza que o crescimento da indústria em 2017 girará ao redor de 2%. É bom lembrar que em 2016 houve queda de 6,6% depois de registrar também queda em 2015 versus 2014 (-8,2%);
  • PIB: O crescimento estimado para 2017 da ordem de 0,98%, embora modesto, significativo considerando que 2015 o PIB encolheu 3,8% e também caiu em 2016 3,6%;
  • Nível de desemprego: O último trimestre de pesquisa do IBGE (Setembro/Outubro/Novembro), indicou outra diminuição da taxa de desemprego n ano de 2017 embora ainda tenha ficado em 12% (equivalente a 12,6 milhões de desempregados) ainda superior ao nível do mesmo período de 2016 (11,9% de taxa e 12,1 milhões de pessoas desocupadas);
  • Construção Civil: Este setor continuou com desempenho negativo no ano de 2017 devendo ser confirmada a estimativa de queda de 6%, depois de ter diminuído 5,2% em 2016. Aqui a situação ainda foi bem crítica.

Para 2018 o boletim Focus mais recente do Banco Central prevê:

  1. Inflação (IPCA) total do ano 3,96% – embora acima da registrada em 2017 ainda em nível aceitável;
  2. Balança comercial com superávit de US$ 52,5 bilhões será menor do que o apresentado em 2017, mas o suficiente para manter equilíbrio das contas externas;
  3. A taxa de câmbio, segundo o boletim Focus, deve tem comportamento estável encerrando do ano de 2018 em R$3,32;
  4. O boletim Focus do Banco Central indica crescimento da indústria ao redor de 3% em 2018. Já a estimativa para o PIB é de 2,68% devido ao impacto da queda no agronegócio e leve recuperação do setor de construção civil;

Dados coletados junto a outras instituições e formadores de opinião para o ano de 2018 são:

  1. A precificação das ações no mercado da bolsa brasileira parece não preocupar em 2018, com a tendência mundial de estabilidade econômica e crescimento, portanto é possível prever valorização média do índice médio IBOVESPA entre 10 e 15% ao final de dezembro versus 2017;
  2. A taxa de juros cobrada pelas instituições financeiras (operações de curto prazo) deve seguir tendência de queda até porque a taxa Selic do Banco Central está em viés de baixa, e assim deve continuar, mas lógico a diminuição da Selic não se dará com a mesma intensidade da registrada em 2017;
  3. A safra agrícola, segundo projeções preliminares do IBGE, deve cair para 220 milhões de toneladas (diminuição de 8,9% versus 2017), afetando a geração de renda no campo, porém nada dramático;
  4. Não estão claras, ainda, as implicações no nível de emprego formal no mercado de trabalho decorrentes do novo ambiente regulador das relações trabalhistas. De todo modo se a construção civil crescer 2%, como cita a CBIC (Câmara Brasileira da Construção Cívil) e produção industrial deslanchar, inclusive no segmento automotivo, é possível esperar que a taxa de desemprego fique abaixo de dois dígitos (entre 8% e 9%), passando o contingente de pessoas desocupadas para 8,9 milhões de pessoas.

Resumindo: é possível crer em ambiente de negócios mais promissor em 2018, apesar de alguma turbulência que possa ser provocada pela disputa política inerente às eleições gerais marcadas para este ano.

Do lado empresarial é preciso encarar de frente a situação buscando, com afinco, aproveitar a chance para melhorar a saúde financeira da firma através de maior lucratividade dos negócios.

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